Estripado entre correntezas de ódio que perpetuam a discórdia em forma de gotas de orvalho que escorrem de meus olvidos lacrimejantes de sofrimento.
Sinceramente? Eu não sei o que é arte,não procuro saber,nem mesmo entender,arte é para ser sentida e encontrada dentro de seu amago a arder em fúria,ou em calma,ou em orações subordinadas,adjuntos verbais,ou em sonetos,ou em contar estórias.
Arte é sangrar propositalmente em prol de algo com um significado tão intrínseco que exterioriza no corpo o que a alma por já não mais aguentar rompeu e deixou transbordar completamente.
Arte é um nome, substantivo por essência, substância essência de significação, 4 letras, milhões de possibilidades de significados,e por que não de significantes ? Arte é desenhar,é ter um sonho,é criar um filho,é crer em deus,é crer no diabo,é crer em alá,jeová,javé,exu, iemanjá, é não crer em nada.
Arte é ser uma mistura de nada com tudo e perceber-se sozinho no mundo da não existência,é achar a vida uma bosta,ou uma maravilha,depende de como você vê a maldita metáfora do copo.
E por que não seriam arte as pessoas ? As pessoas doam,cuidam,amam,choram,inventam,vomitam,morrem.
Elas são belas,elas criam arte para tudo,arte para nada,arte que significa,arte que não significa,arte que significa uma vida,arte que significa uma morte.
Acho que o ser humano é dotado da capacidade de mudança exatamente para poder captar os sentidos que se produzem e reproduzem e os distorcê-los,os apropriá-los ou desapropriá-los,e a partir disto, entendo, para o bem de minha simplória existência, o porquê conheci o Artic Monkeys aos 15 e os odiei até meados de meus 20 anos e logo começar a escutar as mesmas músicas as quais odiava e sentir o mesmo arrepio de quando tinha 15 anos e ouvia Foo Fighters,isto é esplendido !
A arte existe e rompe conceitos,preceitos,preconceitos,rompe a idade, o tempo,vence a distância e me faz conseguir entender que talvez não seja arte um conceito,mas um estado catártico que só pode ser alcançado por um ser quando este está de fato pronto,nem antes,nem depois,ou até mesmo o que se sugere arte não seja ainda arte nos olhos de quem vê,ou sente,ou não sente e não vê,ou vê e não quer sentir,ou sente sem ver,e vê sem sentir, ou nem sequer sabe o que vê e o que sente.
É no grotesco da arte que alguns acham seu espaço ,e é no sublime da arte que se acha a não necessidade de se entender o quão somos insignificantes por rotularmos o que ela é.