Não tão doce Juliete

Não tão doce Juliete

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Amor,capacidade

Partiu do gesto
De um momento perdido em meio ao ócio temporário 
De um querer inexato,de um querer sem saber o que se quer.
Partiu do sonho,não de um sonho,de uma projeção
De algo que não pudera ter,nem mesmo crer
(não podia ser verdade) .

A imagem do peso e da culpa,
talvez da incapacidade de saber,que nunca mais teria aquilo.
Assimilar o quão sublime foi aquele gesto
Gesto sem forma,sem razão,sem explicação
Apenas um movimento entre forças cósmicas que juntas constroem uma capacidade,
Uma habilidade,uma certeza,talvez a única,entre tantas dúvidas.
  



Dedicado a Julia Vargas.


segunda-feira, dezembro 17, 2012

Levantou,se libertou e descansou.

Ele acordou,seu coração estava disparado pois acabara de acordar de um pesadelo,olha em seu relógio são exatamente 4:10 da  manhã,o horário dos demônios já passou.
Levantou da cama como se estivera deitado durante anos,mal consegue andar,se joga no sofá,já são 4:30.
Ligou a TV,e entre programas religiosos e filmes eróticos ele encontra um canal de desenhos antigos,tenta assistir,mas quando chega o primeiro comercial,ele fecha os olhos,e nunca mais os abre.
- Ele era um bom homem,diz a mulher do falecido,que vivia resmungando por ele ser viciado em morfina.
- Deus sabe o que faz,suposto melhor amigo que devia mais de 20 mil reais ao defunto.
- Por que ? Logo ele que era tão jovem e tinha  a vida inteira pela frente, mãe do morto que o abandonou em um orfanato quando ele tinha 7 anos de idade e só reapareceu quando ele tinha 22 para pedir um lugar para morar.
Em um canto há um sujeito estranho,soturno que aparentava ter a mesma idade que o defunto,cabelos longos,tatuagens,um cheiro de cigarro barato emanava de sua boca.O homem,que conhecera o morto desde seus 7 anos de idade,que foi julgado pela mulher do morto,chamado de má influência pela mãe adotiva do falecido,essa que nem sequer foi ao enterro,o homem que inúmeras vezes evitou que o falso amigo colocasse o defunto em furadas ou até mesmo fosse preso,não derramou uma lágrima,não fez discurso,simplesmente deu adeus ao seu amigo,sem hipocrisia,sem falsidade,sem função fática.Apenas porque era ali que ele deveria estar,e talvez o único que o falecido realmente quisesse em seu enterro. 

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Retrato de um futuro esquecido em um passado presente de alguém que deixou de existir.





Por ser o popular ele bebe,fuma,faz merda.
Por ser o que sofreu na vida ele bebe,fuma,faz merda.
Por ser apenas mais um rebelde sem causa ele bebe,fuma,faz merda.
Por ser aquele que mudou pelo motivos errados,ele bebe,fuma,faz merda.
Por ser alguém que tem medo de ser um merda, ele bebe,fuma,faz merda sem perceber.
Por fazer merda ele bebe, fuma,e tenta esquecer.
Por fumar,beber,fazer merda, já não mais existia.